SUSTENTABILIDADE, EXISTE UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL? Notícias

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SUSTENTABILIDADE, EXISTE UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL?

22 de Janeiro de 2025

Conformidade Ambiental x Sustentabilidade
O Brasil dá as boas-vindas a 2025, com grandes desafios ambientais e da sustentabilidade. É crucial fazer uma distinção entre esses dois temas, pois o mercado frequentemente confunde conformidade legal com estratégias corporativas de sustentabilidade.
A ascensão do ESG embaralhou as cartas novamente. Muitas empresas, despreparadas, misturaram suas obrigações legais ambientais com estratégias de valorização de ativos baseadas em riscos climáticos. A meu ver, isso resulta em oportunismos e ingenuidades quando o mercado acredita que a sustentabilidade corporativa (Triple Bottom Line) se transformou no ESG (Environmental, Social, and Governance), um conceito aparentemente mais fácil de ser compreendido pelos empresários.

Os desafios do conceito ESG
O “E” de meio ambiente já é um velho conhecido nas práticas empresariais e já está, há bastante tempo, incorporado nos indicadores de conformidade legal (resíduos, efluentes, licenças, etc). O “S” ganhou importância sutil e agora reflete o “impacto social das corporações”. E o “G” desafia a noção tradicional de lucro como o único resultado importante e traz a governança como a nova diretriz de performance empresarial.
Mas, com a chegada do mercado de carbono e dos riscos climáticos, a complexidade da estratégia volta a aumentar! E, parece que as coisas ainda não se encaixam para as corporações.
O mercado ainda está emaranhado nesses conceitos, e a INSITE Ambiental observa diariamente a confusão nas contratações, como quando um Analista de Sustentabilidade é confundido com um Gestor de EHS, que deveria, num primeiro momento, estar focado na conformidade ambiental e não em relatórios de sustentabiliade. Pense nas “licenças ambientais para operar” como obrigações inerentes à produção, mas não suficientes para impactar as mudanças climáticas. Esses indicadores, embora impactem os ecossistemas, estão, na visão moderna, separados das estratégias corporativas de sustentabilidade.
Além disso, o “S” do ESG ainda demanda mais investimentos e atenção das empresas, especialmente em um país socialmente complexo como o Brasil. E o “G” de governança? Muitos de nós, profissionais de meio ambiente ou sustentabilidade, precisamos de um MBA para decifrar esse conceito nas corporações.
Após essa rápida análise, destacamos os desafios essenciais que estamos vivenciando: primeiramente, o mercado está percebendo o ESG como um conceito abrangente que inclui estratégias de circularidade, ciclo de vida, mercado de carbono, riscos climáticos, relatórios de sustentabilidade, entre outros. Além disso, as empresas estão investindo nesses modelos conceituais para demonstrar à sociedade seu compromisso com o planeta. No entanto, na prática, há uma abordagem superficial de cada tema, que apenas serve para preencher o relatório de sustentabilidade ao final do ano. E não podemos esquecer que o ESG, na essência, está intimamente ligado a uma valoração de ativos financeiros com base no risco carbono.

O panorama global da sustentabilidade
Vamos fazer uma pausa nesta análise e observar o que está acontecendo no cenário mundial atualmente!

  • Os fenômenos climáticos extremos continuam a causar danos significativos em todo o globo;
  • Embora o número de projetos de energias renováveis, como solar, eólica e hidrogênio, esteja crescendo diariamente, ainda não é suficiente para suprir as enormes demandas energéticas dos centros de processamento de dados de Inteligência Artificial ao redor do mundo;
  • A COP 29 encerrou com a sensação de que algo essencial ficou por resolver;
  • A participação do Brasil na COP 30 em Belém ainda está envolta em incertezas;
  • A retirada do Brasil de projetos de carbono em 2024, devido à insegurança jurídica sobre a titularidade de terras, gerou apreensão no mercado;
  • A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos trouxe a possibilidade de uma desaceleração nos investimentos em projetos de hidrogênio;
  • Há uma disputa acirrada entre Estados Unidos e China em diversos mercados, incluindo o de energias renováveis;
  • O mercado europeu está adotando uma postura mais restritiva e menos tolerante em relação a processos e produtos com impacto climático;
  • O fundo BlackRock se afastou da Aliança NetZero, resultando em uma diminuição do interesse do mercado financeiro pelo risco de carbono;
  • Os bancos americanos estão tentando desconsiderar o conceito de ESG;
  • Uma das primeiras ações de Donald Trump foi tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris e da Organização Mundial da Saúde e iniciar a desaceleração da transição energética do país.

 

A luz no fim do túnel
Com todas essas informações em mente, convido você a refletir comigo neste artigo. Se a Aliança NetZero, que tem sido a força motriz na valorização de ativos em relação ao risco de carbono, está diminuindo seu ritmo global e os bancos estão perdendo o interesse no tema, o que motivará o mercado a se engajar com as questões climáticas agora? O ecossistema do urso polar em perigo? Além disso, como já mencionado, as empresas ainda não conseguiram distinguir claramente entre conformidade legal e estratégias corporativas de sustentabilidade, nem integrar esses conceitos em suas operações. Na prática, estamos longe de impactar o clima se as energias renováveis ainda não conseguem substituir o petróleo.
Eis a questão que nos desafia: qual trilha devemos percorrer para navegar e vencer este intricado cenário geopolítico em busca de uma sustentabilidade global verdadeira?
Na nossa empresa, acreditamos que é hora de desenvolver uma nova geração de líderes. Estamos convencidos de que o futuro será moldado por profissionais visionários que ultrapassam os limites da performance corporativa convencional e das políticas tradicionais. Profissionais que não apenas entendam, mas também transformem as complexas interações humanas e o uso dos recursos naturais em ações significativas para a sociedade e o planeta. Estamos falando de um tipo inovador de liderança: resiliente, socialmente engajada, com uma perspicácia analítica excepcional e uma capacidade de aprendizado sem igual. Líderes que dominam profundamente os princípios da sustentabilidade e do equilíbrio dos ecossistemas, prontos para conduzir o mundo em direção a um futuro mais sustentável.
Nós acreditamos nesta visão! A luz no fim do túnel não é o trem!


Rubens de Oliveira Jr.
Mentor de profissionais em transição de carreira nas áreas ambiental e de sustentabilidade na INSITE Ambiental. +35 anos de experiência nas áreas de meio ambiente, saúde, segurança e sustentabilidade. Foi sócio fundador e trabalhou na Environmental Resources Management (ERM) por 16 anos. Consultor em gestão estratégica e planejamento para empresas de alta performance.
INSITE Ambiental
8 anos desenvolvendo profissionais e fazendo gestão de carreiras nas áreas de meio ambiente, saúde, segurança e sustentabilidade.

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VAGA: CIENTISTA SÊNIOR

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