Estamos num momento de rupturas na sociedade humana. A comunicação passa por um momento, quase crítico, em termos de conteúdo; a sustentabilidade ganha uma dimensão, quase celestial, com as energias renováveis; as relações de trabalho sofrem mudanças drásticas no mundo das start-ups e o ser humano torna-se um dependente definitivo da tecnologia digital.
Essas não são as tendências para o futuro, mas e a nossa realidade atual? Sutilmente, essas mudanças permearam a nossa rotina sem percebermos.
Os negócios também se remodelam a cada instante. Quem assistiu ao Exterminador do Futuro vai se lembrar daquele androide indestrutível que perseguia o ator Arnold Swarzenneger. Algumas empresas se desintegrando e outras surgindo imediatamente para ocupar os espaços do mercado.
Com esta perspectiva, percebemos mais uma ruptura que pode ser profunda para a sociedade: a Inteligência Artificial (IA).
A ideia de que máquinas inteligentes possam competir e até dominar os seres humanos não é nova, principalmente no cinema. A verdade é que este momento não é mais tão distante. Não me refiro a dominância de uma máquina sobre um humano, mas com certeza, a capacidade de processar uma grande quantidade de dados em curto espaço de tempo, coloca os novos computadores numa perspectiva de competição com o cérebro humano.
Independentemente das discussões filosóficas que esse tema provoque, uma coisa é certa: surgem novas perspectivas na avaliação estatística de um grande volume de informações. A capacidade de um software identificar, em segundos, correlações imperceptíveis ao cérebro humano com a sua capacidade atual, abre um universo de aplicações, principalmente nas áreas da saúde e industrial.
Identificar padrões recorrentes de sintomas que podem prever algum tipo de doença já é uma realidade em vários segmentos da medicina. Explicar este processo é quase impossível para um cérebro humano comum.
Na verdade, o que é Inteligência Artificial (IA)?
De forma simplista, é dizer que um computador pode identificar padrões estatísticos recorrentes e “aprender” que esta rotina de ocorrências está associada a um ou vários fatos específicos. Esta é uma análise multidimensional de uma nuvem de dados tão grande, que o cérebro humano não pode imaginar.
Este processo é chamado machine learning e está associado aos softwares que analisam enormes séries de dados chamadas big data.
Recentemente, estive em contato com uma tecnologia chamada AggXtream, a qual foi a grande motivadora deste post. Eu realmente fiquei impressionado com as possibilidades que esse sistema oferece para a otimização de processos na mineração. Parece uma visão futurista, mas não é! O AggXtream recebe um volume grande de informações de vários pontos de um processo de mineração (britadores, correias, peneiras, ciclones, etc) e transforma tudo isso em modelos matemáticos de ajustes. Ou seja, a empresa define a composição granulométrica, por exemplo, do produto final e o sistema oferece todos os ajustes de cada equipamento na linha do processo, incluindo uma otimização do consumo de insumos, tais como água e energia.
O AggXtream é um exemplo de como o machine learning, que é um processo de Inteligência Artificial (IA), pode revolucionar não só a mineração, mas qualquer tipo de processo industrial, onde pequenas variações de eventos em série podem ter um efeito combinado significativo, em termos de custos, para uma indústria.
Numa demonstração do AggXtream, os resultados foram surpreendentes. Sem qualquer investimento em novos equipamentos, uma mineradora pode liberar de 20 a 30% de capacidade.
Esta é a confirmação de que a Inteligência Artificial (IA) chegou para estabelecer um novo padrão de eficiência nos processos industriais complexos. E para os mais preocupados, podemos afirmar que a máquina ainda é uma boa parceira do ser humano.

Fonte: Rubens de Oliveira Jr | INSITE Ambiental